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Rock The Mountain aposta em alternativas para ser o Festival mais sustentável do país

Compensar a natureza e buscar alternativas sustentáveis. Essa é uma das premissas que o Rock The Mountain trabalha em busca de ser o festival mais sustentável do país. Não é à toa que 293 toneladas de gases de efeito estufa emitidos durante a última edição, em abril, foram compensadas. Para isso, a organização do evento realizou a compra de créditos de carbono, gerados por projetos certificados pela Organização das Nações Unidas (ONU). Com essa iniciativa, o RTM conquistou o selo Neutralize Carbono.

Na última edição, o festival também conquistou o Selo Rumo ao Lixo Zero, do Instituto Lixo Zero Brasil, por ter conseguido desviar 74% dos resíduos de aterros e incineração. Agora, nesta edição de novembro, o objetivo é chegar a 90% e conquistar a Certificação Lixo Zero.

“Não abrimos mão deste viés. E tudo é levado em conta. Por exemplo, quando foi feita a contagem de gases do efeito estufa, foram considerados: o consumo de diesel dos geradores, viagens dos artistas, viagens terrestres do público em ônibus, micro-ônibus e automóveis, gás do balão e resíduos das operações. Buscamos uma empresa com expertise para isso e acompanhamos de perto cada passo deste processo. O próprio inventário das emissões de gases teve o cálculo feito a partir de uma ferramenta do GHG Protocol que sofreu adaptação nacional pela Fundação Getúlio Vargas (FGV)”, explica organizador do evento, Ricardo Brautigam.

Pensando em reduzir a emissão de gases do efeito estufa, o festival estimula ao máximo o uso de transportes coletivos em detrimento ao individual. O evento conta com ônibus saindo de São Paulo, do Rio de Janeiro, Teresópolis e até mesmo do Centro de Petrópolis.

Com relação à gestão dos resíduos, o RTM trabalha fazendo o encaminhamento e a destinação correta que vai desde o lixo reciclável até o orgânico. O material reciclável é destinado para cooperativas de catadores, gerando emprego e renda. Na última edição, foram 13,5 toneladas enviadas para uma cooperativa, em Itaipava, que emprega 22 pessoas. Já o resíduo orgânico é enviado para compostagem e vira adubo. Até o óleo consumido durante o evento é encaminhado para uma empresa parceira e é transformado em sabão em barra.

“A gente faz questão de trabalhar com cooperativas locais para gerar renda para quem mora na região onde o evento acontece”, diz Bruno Gerk, gestor de projetos da Boomerang, empresa contratada pelo RTM e que faz toda a consultoria de sustentabilidade e gestão de resíduos.

Ele acrescenta que o processo de gestão de resíduos já começa durante a realização do evento. “Por toda área do festival, o público encontra as duplas de lixeiras, sendo uma verde, que é para depositar o resíduo reciclável e, a outra preta, com o que não é possível reciclar. A gente conta também com agentes de coleta seletiva que fazem a pré-triagem do que é reciclável e o que é rejeito ali enquanto o evento acontece”, destaca Bruno.

E não é só isso. Toda a parte de ornamentação do festival também é encaminhada para a reutilização, como madeira, lonas, pallets e carpetes. Das lonas que foram utilizadas na edição de abril, parte será reutilizada agora em novembro e o que não foi possível direcionar para o reuso foi encaminhado para uma empresa parceira para ser transformado em bolsas e malas. “A ideia é realmente desviar o máximo possível tudo que faz parte do festival dos aterros sanitários. E a reciclagem é a última etapa disso. Para esses materiais de decoração, por exemplo, a gente pensa antes em como aumentar o ciclo de vida deles”, explica Bruno.

Não uso de plástico e alimentação vegetariana

O Festival também estimula o não uso de plástico. Isso tanto junto ao público que vai curtir o festival, disponibilizando eco-copos para comercialização e incentivando que as pessoas levem suas garrafinhas – desde que não seja de empresas concorrentes ao evento, quanto aos fornecedores / patrocinadores.

Para isso, uma das iniciativas é oferecer bebedouros gratuitos em pontos estratégicos, o que diminui consideravelmente o uso de garrafas pets.

Na última edição, a área de gastronomia apostou também em embalagens com potencial de reciclagem, como de papel kraft, mandioca e teve também garfo de amido de milho. Já a alimentação disponibilizada no festival é vegetariana. Entre os benefícios estão:  a redução da pegada de carbono, do consumo de água, do desmatamento e das mudanças climáticas, além da preservação da biodiversidade.

Impactos sociais

O Rock The Mountain leva em conta o tripé da sustentabilidade e, portanto, aposta em uma série de medidas não só ambientais, mas também econômicas e sociais. Nesta edição de novembro, o festival está contratando, para a área da limpeza, mulheres vítimas das tragédias que atingiram a cidade neste ano. A iniciativa é uma parceria com a ONG Todos Juntos Ninguém Sozinho, que busca a inserção dessas pessoas no mercado de trabalho.

O Festival também tem um ponto para doações de alimentos, estimulado por meio do Ingresso Meia Solidária. Em abril, foram arrecadadas 10,8 toneladas de alimentos que foram recolhidos pelo Rotary Club e pela Associação Filantrópica de Petrópolis (AFIPE), que ficaram responsáveis por montar as cestas básicas e doar para a comunidade local.

Biodiesel, como fonte de energia

A única fonte de energia utilizada no evento é o Biodiesel, que emite 90% menos gases do efeito estufa, comparado ao Diesel convencional, e aumenta a qualidade do ar na área do Festival.

Plantio de árvores

Nesta edição do festival, serão plantadas árvores nativas e frutíferas nativas da Mata Atlântica, no Parque de Itaipava. A ideia é incrementar a biodiversidade na mata local.

A ação ocorre durante o evento, uma maneira de interagir com o público para conscientizar sobre educação ambiental.

Entre as espécies frutíferas estão: pitanga, nespera, amora, grumixama, goiabas branca e vermelha. Já as nativas são: quaresma roxa, quaresma rosa, ipês jardim, rosa, amarelo, branco e roxo, sibipiruna, canafístula, aroeira salsa e aroeira pimenta.

Porta guimba

O festival também tem alternativa para as guimbas de cigarro. Elas podem ser depositadas em um porta guimba, que é deixado no festival por meio de uma parceria com a Eco-hub.

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