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Comitê científico da prefeitura do Rio avalia necessidade de lockdown

Por Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro

Com a recomendação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) para que sejam feitos estudos sobre a necessidade de implantar o bloqueio total na cidade e no estado do Rio de Janeiro, o chamado lockdown, a prefeitura vai avaliar a possibilidade em reunião do comitê científico montado para a crise da covid-19.

Segundo o prefeito Marcelo Crivella, o comitê, integrado por médicos, professores universitários, diretores de hospitais, a secretária e a subsecretária de saúde e outros especialistas, deve se reunir na tarde de hoje (7) ou na manhã de sexta-feira (8).

“Até agora, o comitê, que desde o começo da pandemia tem auxiliado a prefeitura, não chegou à conclusão de que isso era necessário. Porém, nós vamos levar na próxima reunião essa recomendação e os argumentos que foram adotados pela Fiocruz. De um lado nós temos a Fiocruz, do outro temos a Firjan, a Fecomércio, a Associação de Serviços, que falam de desemprego em massa, de quebra da atividade econômica. Então a gente precisa sempre ouvir os dois lados e tomar uma decisão ponderada”, disse o prefeito.

Segundo o MPRJ, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sugeriu, em ofício enviado ontem (6) ao órgão, que sejam adotadas medidas rígidas de isolamento social. “Com o objetivo de salvar vidas e com base em análises técnico-científicas, a Fiocruz considera urgente a adoção de medidas rígidas de distanciamento social e de ações de lockdown no estado do Rio de Janeiro, em particular na região metropolitana”, diz o documento da Fiocruz.

O MPRJ anexou as justificativas do órgão científico à recomendação de estudo encaminhada ao governo do estado e à prefeitura, destacando a necessidade de “planejamento prévio e célere para qualquer medida de recrudescimento do isolamento social, levando em consideração não só diretrizes como de saúde pública, vigilância epidemiológica e assistência social, como também a realidade do Rio de Janeiro”.

Até ontem (6), o estado registrava 13.295 casos de covid-19, com 1.205 óbitos.

Bloqueio na zona oeste

Começou a valer, nesta quinta-feira, o fechamento do Calçadão de Campo Grande, na Rua Coronel Agostinho, bairro da zona oeste da cidade que apresenta o maior número de óbitos por covid-19. Segundo o prefeito, a medida mais dura foi adotada porque os pedidos de conscientização não surtiram efeito, bem como a fiscalização do disque aglomeração.

“Desde 5h de hoje, o Calçadão de Campo Grande está interditado, sem acessos a ele de ambos os lados. Mesmo o comércio que poderia estar aberto, de atividades essenciais, está fechado. Tivemos diversas tentativas de não fechar. Porém, cada vez que íamos lá e fechávamos, e a aglomeração diminuía, tudo voltava a ser como antes, meia hora depois de nossas equipes deixarem o local”.

De acordo com Crivella, se a ação em Campo Grande não surtir efeito para minimizar a curva de contágio pelo novo coronavírus na cidade e diminuir as aglomerações, o fechamento de ruas pode ser estendido no fim de semana a Bangu e Santa Cruz, também na Zona Oeste. Outras ruas movimentadas do bairro, como a Viúva Dantas e a Campo Grande, continuam abertas.

O prefeito também anunciou hoje a suspensão do funcionamento de 16 das 162 feiras livres da cidade, por uma semana. A medida foi tomada depois que a fiscalização constatou que as regras estabelecidas em decorrência da pandemia de covid-19 para evitar aglomerações estavam sendo descumpridas.

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